Tecnologia

Pesquisa indica como os portugueses percebem e usam a IA 

Jovens entre os 18 e os 24 anos lideram o uso desta tecnologia, e o ChatGPT é a ferramenta mais conhecida e aplicada

11/07/2025

Por Redação AIoT Portugal

O conceito de inteligência artificial é amplamente conhecido em Portugal, e 76% da população já recorreu a alguma ferramenta ou serviço baseado nesta tecnologia, mas cerca de 30% não consegue especificar o que é IA, associando-a apenas a uma definição genérica. Estas foram algumas das informações colhidas em uma pesquisa recente feita pela consultoria especializada em estudos de mercado Netsonda para a empresa de internet exchange DE-CIX, com base em entrevistas online com 800 indivíduos, entre 9 e 16 de abril. 

A IA foi definida por 21% dos inquiridos como uma ferramenta prática, rápida e útil no dia a dia, e destacou-se a significativa variação da adesão por faixa etária: 93% dos jovens entre os 18 e os 24 a usam regularmente, percentagem que cai para 65% entre os 55 e os 64 anos. O ChatGPT é, claramente, a ferramenta de IA mais popular, utilizada por 73% dos inquiridos, seguida pelo Gemini, com 12%. Em relação às áreas em que a aplicação da IA é mais reconhecida, foram apontadas o marketing e a publicidade (75%), o atendimento ao cliente (73%), o entretenimento (68%) e a cibersegurança (67%). 

Chama atenção no estudo o baixo nível de confiança dos portugueses na aplicação de recursos de IA em carros autónomos e robôs domésticos, o que foi justificado pela necessidade de mais instrumentos de proteção e segurança. Para 76% dos inquiridos, ainda faltam testes e regulamentação para que estes carros sejam de facto seguros, e entre os que rejeitam a tecnologia as principais razões manifestadas foram o receio quanto à capacidade de resposta a situações imprevisíveis (60%), medo de falhas tecnológicas (56%) e preocupações gerais com a segurança (55%). 

Como pontos positivos, os portugueses que consideram usar veículos autónomos citaram a redução do stress e da fadiga ao volante (66%), a optimização dos percursos e consequente poupança de tempo (49%) e a possibilidade de realizar outras tarefas durante a viagem (47%). 

A presença de robôs humanoides em casa também divide opiniões, e 55% dos inquiridos expressaram comentários negativos e 36% afirmaram ser contra. Por outro lado, 42% manifestaram-se favoráveis, e 16% reconhecem que estes robôs podem ajudar a aliviar o esforço humano. 

A exemplo dos carros autónomos, a desconfiança refere-se notadamente à imprevisibilidade do comportamento da IA em situações críticas, como a tomada de decisões importantes, e 36% dos entrevistados consideram que estes sistemas não são fiáveis nestes contextos. Nesta avaliação, 40% dos homens demonstraram confiança na IA, face a 32% das mulheres. 

Entre os que acreditam na fiabilidade da IA em aplicações mais avançadas, destacam-se três motivos principais: a rapidez na análise de dados (71%), a capacidade de processamento em tempo real (64%) e o treino com grandes volumes de informação (60%). 

Ivo Ivanov, CEO da DE-CIX, disse à RTP Notícias que o estudo proporcionou informações valiosas sobre as atitudes dos portugueses em relação à tecnologia e à necessidade de uma IA responsável: “É crucial que os pioneiros, programadores e facilitadores de IA levem em consideração e compreendam a perceção pública sobre a IA. Para colher os frutos das oportunidades que a IA representa, as empresas terão de garantir a transparência, a segurança e a proteção dos dados para conquistar a confiança dos utilizadores. Com isto em prática, a IA tem o potencial de ajudar a resolver alguns dos maiores desafios do mundo nos próximos anos”, acentuou. 

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